Livro - Mademoiselle Zaira
18 agostoInicialmente o livro é narrado por um feto, isso mesmo, um feto, que conta o drama de sua mãe que aos quinze anos foi estuprada em um ...
18 agosto
A história do livro tem como plano de fundo o Brasil nos anos dourados (anos 50), a adolescência de uma garota inteligente e de família rica, que acaba se apaixonado por Marlon, um rapaz de origem simplória, mas de grande nobreza, e o principal, completamente apaixonado por Zaira e disposto a enfrentar de tudo para ajudar a sua mademoiselle a encontrar o seu filho perdido.
O livro não se atém apenas ao drama de mãe e filho separados na maternidade. Em meio a tantas separações, surgem cartas anonimas cheias de ameaças e ódio que criam todo um suspense, e claro que precisam encontrar a criança, descobrir quem é o autor das cartas anonimas e quem é o culpado por assombrar a vida de Zaira no carnaval de 1957, ou seja, emoção e suspense não faltou!
Uma coisa que eu achei bastante peculiar nesse livro foi a forma com que a história começou. Como assim um feto está narrando a história? Eu nunca tinha lido algo do tipo, exceto por Memórias Póstumas de Brás Cubas onde um defunto conta como foi a sua vida. Me entreguei ao livro e deixei fluir, e quer saber? A inocência e os sentimentos do feto por sua mãe, cria um sentimento, um laço entre o leitor e os dois personagens vítimas do destino, ou melhor, vítimas da sociedade patriarcal em que viviam e das aparências, que era algo muito importante para Haroldo, o pai de Zaira.
Leitura nacional que eu super recomendo! O livro tem apenas 192 páginas e eu juro que me peguei rendendo a leitura! A forma com que o enrendo flui é impressionante! Sem falar na beleza da arte da capa, a diagramação simples, e o que mas chamou a minha atenção foi a grossura das páginas amareladas <3. O desfecho da história não poderia ter sido outro, depois de tanto torcer para a felicidade de alguns e a ruína de outros, todas as pontas soltas foram amarradas e tudo que restou foi o sentimento saudoso que cada personagem deixou. Ao autor Mario Vicente, tenho apenas a agradecer pelo presente e a explicação de que apenas agora tive como recompensa-lo da forma correta.