A virada do ano é aquele momento em que nos agarramos com todas as forças para viver um recomeço. Todas as metas e sonhos que foram pensados no ano anterior, ganham um ar de possibilidade e esperança. Não acho que não deveríamos esperar uma data para começar algo. Mas não vou deixar de aproveitar esse momento para começar novos hábitos e fazer acordos comigo mesma. E assim, começar mais um ano.

Não quero deixar nada para trás. E essa ainda é uma sensação nova. Muitos dos meus anos se resumem a uma constante fuga, de mim mesma, dos outros e do passado. E nos últimos anos, parei de fugir. Caminho lado a lado com meus receios, respirando fundo e repetindo para mim mesma que sou mais do que capaz de lidar com todas as adversidades que surgirem. Não me digo que será fácil, a habilidade de mentir para mim mesma ficou para trás. Prefiro encarar as verdades e desfazer nó por nó, no meu tempo, sem pressa. E nesse exercício de ter paciência comigo mesma, venho percebendo tantas coisas que mudaram em mim. Nas convicções que não carrego mais, nas relações que aprecio de forma diferente, e na subjetividade das coisas. Tenho pacientemente reconhecido meus erros, e animosamente comemorando cada pequena vitória. Cada livro lido, cada conhecimento adquirido, cada experiência vivenciada. Tudo isso tem me ajudado a compreender a "eu" do presente.

Para o ano que se inicia, antes de mais nada, quero seguir pensando no presente. Nos meus anseios de agora. Sinto que só assim farei as pazes com o passado, e descobrirei o que fazer a seguir.

Metas literárias para 2024