27 verões vivendo todas as estações do meu coração

Nos últimos meses tenho me sentido feliz. Não em todos os momentos do dia, mas em alguns, e com frequência. Fiz as pazes com a ideia de que ...



Nos últimos meses tenho me sentido feliz. Não em todos os momentos do dia, mas em alguns, e com frequência. Fiz as pazes com a ideia de que realmente nada é constante. É uma coisa que eu já sabia, o ritmo das coisas não permite estabilidades, e por isso tudo muda. Eu tatuei isso na minha pele. Uma frase, um conceito filosófico que aprendi no ensino médio. Mas mesmo gravado em minha pele, não havia enraizado na mente. Talvez agora sim. Talvez a prova seja essa felicidade que venho sentindo, e a consciência de que ela vem e vai como as ondas do mar. Quando a felicidade vai, eu sei que eventualmente ela volta. E se eu sei que ela volta, não preciso ter medo de perder o rumo e ver tudo ruir sem sentido.

Não tenho medo de me perder, mas aos poucos tenho percebido o medo de me encontrar. Foram 25 invernos vivendo para realizar um sonho de infância. Foi quando percebi que havia planejado e seguido desejos tecidos na infância. Aos 26 percebi que assim como tudo na vida, o eu também era inconstante, não está inseto das mudanças, e o passado é um baú cheio de memórias das quais eu não posso me desfazer. E em vez de viver para os planos do passado, teria a possibilidade de encerrar esse e outros ciclos da minha ciranda genética ou cármica.

"Existe uma canção dentro de mim, cujo tom estridente removeu qualquer expectativa de harmonia. Uma ciranda decadente que ouvi meu pai cantar, ouvi minha mãe cantar, e me vi cantarolando ela hoje. Como um cântico que se mistura com genética e destino. Uma ciranda sem dó e sem destino."
(diário de 2024 - Nunes,V. 12/05/24)

E os dias têm seguido um ritmo próprio, ou ao menos eu tenho tentado deixar o ritmo seguir enquanto observo a impaciência e a ansiedade, estabelecendo uma conexão com as dúvidas e inseguranças. Buscando conforto na consciência de que fiz tudo o que quis. Sonhei e realizei, escutei minhas vontades e reivindiquei, fui acima de tudo sincera comigo. Não traí meus princípios, tracei coisas como moral e ética vindas do meu coração. Logo, tudo que faço é também parte de mim, reflexo do eu feliz que vejo todos os dias no espelho. Não me distanciei das minhas verdades, soube ser flexível, mas aprendi a ser firme, ouvi e aprendi a me fazer ser escutada. Não permiti mais relativizações absurdas sobre os meus sentimentos, e acima de tudo, me permiti sentir.



Para esse novo ano pessoal que se inicia, espero:

  • Que cada dia mais eu esteja próxima de mim;
  • Que eu siga abraçando minhas escolhas e fazendo dos limões uma limonada, ou como sempre digo, sustentando as minhas gracinhas;
  • Que não me faltem os bons amigos, e que eu sempre seja uma boa amiga, regando de reciprocidade as relações saudáveis que construí;
  • Que Ori se fortaleça e os Orixás sigam presentes em minha jornada;
  • Que o medo e a insegurança não me parem;

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10 comments

  1. Identifiquei-me com as tuas palavras! Ultimamente também tenho percebido que nada é constante e fiz as pazes comigo mesma ao entender que não posso fazer tudo e estar em todo o lado!

    Bejinhos

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    1. É tão difícil isso assentar na mente né? E lidar com as frustrações que surgem com essa aceitação... Mas é sobre aprender um pouco todo dia e amadurecer no processo

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  2. Oie Vaneza, tudo bem?

    Sendo bem sincera já refleti bastante sobre isso também e como vamos evoluindo com o tempo. Só desejo que você tenha tudo que almeja e que tenha ótimos momentos consigo mesma! O texto está incrível!

    Beijinhos, Tham
    4 You Books Mania

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    1. Oi Tham! Muito obrigada pelo comentário e as boas vibrações <3

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  3. Oii Veneza! Como você está?

    Que texto mais lindo!! Espero que você continue realizando aquilo que você almeja!! As vezes acaba sendo muito difícil entender algumas coisas que, olhando de uma outra perspectiva, parece até fácil. Mesmo ainda sendo jovem, tenho constantes conversar com alguns amigos sobre o que o futuro pode nos aguardar. É um medo que nos rodea desde que nos entremos por gente. Espero um dia conseguir me entender e entender tudo aquilo que me rodea, mas se esse dia chegar e eu continuar não sabendo de tudo, está tudo bem. Posso não encontrar todas as repostas que talvez eu queira.

    Seu texto fez minha semana! Espero poder ler mais e aprender mais claro <3

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    1. Oiiii! Fico muito contente que tenha gostado do texto, quando é mais pessoal sempre rola uma insegurança, além de estar escrevendo, escrever sobre pessoalidades, vem com bastante vulnerabilidade. Sobre o futuro, é ótimo pensar sobre, mas não viver 100% para ele. Eu gosto de lembrar que o amanhã não existe, nós só temos o agora, e às vezes é sobre aproveitar o tempo presente.

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  4. Oi Vaneza, tudo bem?
    Feliz aniversário!
    Acho que um dos maiores ganhos que a gente tem quando entende que a felicidade é passageira é compreender que, assim como ela, a tristeza também é. A vida é feita de momentos que vem e que vão: nada é constante. Surfar essas ondas é o que faz ser a vida como ela é. :) Que a gente saiba sempre fluir.
    Beijos,

    Priih
    Infinitas Vidas

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    1. Muito verdade!! Obrigada pelas felicitações Prih! E espero que mesmo sabendo deixar fluir, que as águas estejam calmas na maior parte do tempo xD

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  5. Oi Vaneza! Estar de bem com nós mesmos é algo importante, afinal é nossa relação pessoal mais longa. Eu acho que muito dessa consciência vem com a idade e é importante para aproveitar melhor a nossa vida. Bjos!!
    Moonlight Books

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    1. É fundamental ser boa companhia de si e abraçar a solitude. Eu acho que saber estar sozinho é fundamental inclusive para se relacionar com o outro.

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