Garota do 330: quadrinho

Entre cavaleiros, magos e dragões: conheça Under the oak tree | Resenha sem spoiler

18 agosto

Era 2022 e eu estava vivendo o caos de escrever a monografia. Entre uma e outra sessão de acessos ao Instagram para abstrair dos textos acadêmicos, surgiu uma propaganda sobre uma história medieval com romance e drama. A primeira vez que vi achei o traço bonitinho, mas não dei atenção. Aí apareceu mais umas três vezes e eu comecei a pensar "olha a história de novo, talvez seja interessante". Na sexta vez que o anúncio apareceu, eu simplesmente fui vencida pela propaganda e tomei como um sinal muito insistente do universo para conhecer essa história. Só tinha um probleminha, eu não fazia ideia de onde eu estava me metendo.

Fui ler a história achando que era mais um quadrinho, estava acostumada a ler mangá e foi um deleite perceber que a história era toda colorida! Havia uns 46 capítulos lançados e eu li todos eles em algumas horas. Ao chegar no último capítulo tive que lidar com as seguintes perguntas: o que é manhwa? Cadê o resto da história? Foi assim que conheci Under the Oak Tree e fiquei obcecada com essa história e fui conhecendo cada vez mais esse universo. Manhwa é o nome dado aos quadrinhos sul-coreanos, são histórias coloridas publicadas em formato físico e digital através de plataformas e editoras oficiais. Existem vários gêneros literários para vários grupos de leitores, geralmente os manhwas são adaptações de versões em livro chamados de light novel. Descobrir esse universo de histórias tornou meus últimos dias de graduação uma experiência mais engraçada e até mais focada, já que passei a usar o tempo de leitura como bonificação ao atingir alguma meta de escrita. Após maratonar os capítulos do manhwa de Under the oak tree, descobri que havia a light novel e comecei a leitura dos livros. Vou trazer nessa publicação uma resenha que fala da obra num todo, mas sem spoilers. Quando eu estava buscando informações sobre essa história em 2022 foi difícil encontrar, espero que isso aqui também possa virar um guia de leitura para quem tiver interesse.

Sobre Under the oak tree

Nessa história temos a Maximillian Croyso, a filha mais velha do duque de Croyso. Para a nobreza do reino, ele trata a filha com amor e cuidado, a reclusão da garota é explicada com uma suposta saúde frágil, quando na realidade, Maximillian é fruto de um casamento político e cresce no ducado sendo vítima de violências físicas e verbais do seu pai. Os maus tratos são um ciclo que começa com a Maxi não performando os ideais de comportamento e beleza feminina para um bom casamento político, e termina com os próprios maus tratos sendo o motivo para a Maximillian não conseguir desempenhar esse papel, fazendo com que ela tenha um complexo de inferioridade com relação a todos, incluso sua irmã mais nova. Uma grande questão é também o fato da Maximillian ter uma dicção péssima e gaguejar horrores. A história começa a desenrolar quando o duque, que precisava mandar reforços para a batalha contra o dragão vermelho, resolve casar Maximillian com um cavaleiro sem prestígio social, mas com habilidade suficiente para representar o duque no campo de batalha.

Para o duque fica um cenário com duas possibilidades, ou o cavaleiro morreria matando o dragão, ou retornaria com vida e levaria a filha inútil. O casamento acontece, ele parte para a campanha do dragão e retorna três anos depois, vitorioso e determinado a levar a esposa para a sua propriedade. A história é narrada pelo ponto de vista da Maximillian, nós vemos muito da insegurança dela e os dramas que ela vive, e principalmente, como ela lidará com um homem que não conhece, e as responsabilidades que estão por vir. Convivendo acima de tudo com o medo de ser maltratada, abandonada e sofrer novas agressões, mas agora provocadas por seu marido, um cavaleiro temido por muitos.

Lendo essa história eu fiquei muito intrigada com o tanto de tema sensível, e fiquei horrorizada ao perceber que é algo normal entre os manhwas, e no fim das contas Under the oak tree não foi tão pesado assim. Esse começo deixa o leitor meio apreensivo do que estar por vir, e quando a Maximillian vai parar de sofrer. Fato é que ela casa muito bem, e a partir do casamento com Riftan Calypse, ela começa a desenvolver confiança, descobrir que é capaz de gerenciar um castelo e aprender magia com o mago do território e desempenhar um papel importante no território. Eu gosto muito do desenvolvimento da Maxi, apesar de lento, ela consegue crescer e buscar por coisas que fazem sentido na vida dela, formando a autoestima de ser boa em algo, transformando medo em vontade de se aventurar e ter vontade própria. Existe romance na história, mas o enredo não fica centrado cem porcento no casamento, aos poucos a história agrega questões políticas que vão moldar o desenrolar do romance e da própria história. Não posso deixar de mencionar que os personagens secundários são incríveis e extremamente engraçados.

Eu mencionei a presença de temas sensíveis e aqui vai uma listinha do que eu lembro de ter visto: violência, menção a estupro, nudez, aborto e menção a suicídio. A classificação da obra vai variar dependendo da versão, o manhwa online e a light novel são classificados como +18, o manhwa digital tem cenas que não chegam a ser explicitas no nível ter censura, já o manhwa físico é uma versão com cortes dessas cenas e ficou classificado como +16. A menção a estupro é um ponto complexo que me fez dedicar vários minutos pensando sobre o que eu acho dessa questão nessa história em específico. O primeiro ponto a ressaltar é que a história se passa numa era medieval e os costumes da época são replicados, incluso a questão de casamentos forçados que precisavam ser consumados. Tanto a Maximillian quanto o Riftan estavam sendo forçados a casar, a Maxi foi forçada a consumar o casamento não tanto pelo Riftan, mas sob ameaças do pai. Isso não diminui o fato do estupro, mas tira a responsabilidade parcial do Riftan, dividindo o problema com o duque. O fato disso não se repetir na história me fez não desistir da leitura. Mesmo após finalizar a obra eu não consigo ter raiva ou asco do Riftan, apesar do temperamento e da péssima comunicação, a autora aos poucos vai mostrando ao leitor os motivos do Riftan ser como ele é. E por falar em péssima comunicação, essa história é um teste para a paciência do leitor, o casal poderia resolver literalmente tudo na conversa, mas vão adiando até a situação explodir.

Um guia de como e onde começar a ler Under the Oak Tree

Começando pela light novel, originalmente ela foi publicada no site oficial da editora RidiBooks e lá a publicação é por capítulo e não por volume, no total são 210 capítulos da história principal. Na versão e-book que estava disponível na Amazon até o ano passado são 5 livros na primeira temporada e 4 livros na segunda temporada. Com o licenciamento da obra para uma empresa norte americana, os ebooks distribuidos pela Ridibooks saiu da Amazon e hoje temos as seguintes opções: e-book e versão física possíveis de adquirir na Amazon, ou ler através do aplicativo ou site do Manta Comics . No Manta a light novel é dividida em duas temporadas e cada temporada é formada por cinco livros.

Além das temporadas temos alguns bonus e side stories. No final da primeira temporada tem alguns capítulos extras sobre a infância do Riftan chamado de "Season one Bonus". Na sequência existe o POV Riftan, que é uma side story com um ponto de vista do Riftan sobre a juventude dele e a campanha para matar o dragão vermelho. Deixo duas recomendações, ler o POV Riftan depois do primeiro livro da primeira temporada, ou ler quando finalizar a primeira temporada (incluso os capítulos bonus) e só então seguir para a segunda temporada. O próximo bonus se chama Pesadelo no castelo Ethlene parte 1 e 2 que precisa ser lido após o quinto livro da primeira temporada. E o mais recente One Pieceful afternoon in Anatol narrado pelo Elliot um dos cavaleiros. Eu lembro que na saga por mais informações me deparei com um blog da autora falando sobre o planejamento de escrever histórias curtas no ponto de vista de alguns personagens secundários, mais ela estava chateada demais com a pirataria e provavelmente não faria. Como três anos depois acabou sendo publicado o POV do Elliot eu acredito que venham mais histórias por aí. Pode parecer muita coisa, mas os livros são curtos, em média 300 a 350 páginas, eu consegui a proeza de ler a primeira temporada em uma semana.

Se você consumir essa obra por meios oficiais não vai precisar se preocupar com esses extras, eles estão no final dos volumes. Mas caso você acabe recorrendo à pirataria, pode ser interessante ter noção de que existem chances do material estar incompleto. É possível encontrar traduções para o português feita de forma não oficial de fã para fã, principalmente do manhwa. Por se tratar de pirataria, me reservo a não divulgar meios não oficiais, mas sinalizo que eles estão por aí, a um clique de distância.

O que achei da edição física da Editora Inklore

Eu não conheço muitas editoras estrangeiras, na verdade, esse foi meu segundo livro importado. Comprei pela Amazon, o item já estava no Brasil e por isso chegou muito rápido. Fiquei impressionada com a qualidade da edição, ainda não tinha visto nada parecido no Brasil. Além da capa dura e detalhes em hot stamp, a impressão e o papel tem muita qualidade. Confesso que fiquei receosa em começar essa coleção devido ao valor e a quantidade de volumes, mas optei por ela seguindo essa lógica: cada volume do manhwa adapta uma temporada completa. Geralmente aqui no Brasil as editoras trazem formatos menores onde cada volume tem 4 ou 5 capítulos. Logo, uma história onde a primeira temporada tem 24 capítulos, estaria completa em 5 volumes. Cada volume custaria em média R$60,00, multiplicando pela quantidade de volumes, uma temporada custaria em média R$300,00. Comprando a versão importada eu consegui economizar muito. Outro fator decisivo é o fato de não existir garantia da história ser publicada aqui no Brasil. Eu confesso que estou muito feliz com essa compra, me dei de presente de aniversário e assim que chegou eu reli o manhwa, vai fazer um mês que ele chegou e eu sigo namorando cada detalhe dele e fazendo mais uma releitura a qualquer momento.

Agora eu quero saber de vocês, já conheciam essa história? Já leram algum manhwa?

Aprenda com o Nakamura a arte da conquista | Resenha sem spoiler

12 novembro

Em 2022 eu voltei finalmente a ler quadrinhos. Entre uma leitura e outra, ou até mesmo entre uma atividade extremamente chata e outra, eu equilibro com os quadrinhos e o dia volta a ter cor e felicidade.

Acumulei uma lista enorme de leituras que queria fazer e um dos títulos era Forças, Nakamura da mangaka Syundei, publicado aqui no Brasil pela Editora NewPop. Essa obra chamou a minha atenção por prometer um tom de comédia no drama que é um amor escolar. Outro ponto que me levou a essa leitura foi o fato de nunca ter lido um Yaoi ou Boys Love, as duas nomenclaturas são usadas para se referir a romances entre dois personagens masculinos, sendo Yaoi o termo que vem do Japão, e Boys Love ou BL uma nomenclatura ocidental e totalmente americanizada.

Forças Nakamura foi uma excelente introdução a esse universo. Imagina um adolescente no ensino médio totalmente apaixonado pelo seu colega de sala, mas sem um pingo de coragem de dizer um simples "Olá". Apesar do grande sentimento que o Nakamura sente por Hirose, ele se contentaria em ser apenas amigo do Hirose e viver esse amor em segredo. Mas todos os dias vem com uma nova oportunidade para se aproximar do Hirose. Cada capítulo é uma mini história isolada das tentativas do Nakamura. Obviamente ele consegue se aproximar do garoto, mas desenvolver uma amizade e compreender se o Hirose sente o mesmo, é o que dá continuidade no enredo e nos leva para o volume seguinte chamado Mais forças, Nakamura. A obra apresenta classificação etária de +16, não tendo conteúdo explicito, mas fazendo menção a sexualidade e os desejos que afloram.

Se você já leu ou assistiu obras como Toradora, Kimi ni todoke e Skip and Loafer, sabe o que é uma história de romance escolar e o roteiro meio parecido de festividades escolares que ajudam no desenvolvimento dos romances. Forças, Nakamura tem um pouco da influência do traço clássico dos romances shoujos dos anos 80, e segue essa mesma lógica que rege os shoujos escolares, teremos capítulos com a viagem escolar, um capítulo de gincana envolvendo personagens secundários muito engraçados, só faltou o famoso festival de verão com os fogos de artifícios. Vou torcer para vir um terceiro volume, onde a gente possa ver o Nakamura e o Hirose de quimono assistindo os fogos de artifício e iniciando aquela aura de romance correspondido.

Uma excelente notícia é que o mangá será adaptado para anime e o lançamento está previsto para 2025! Eu tenho grandes expectativas com esse anime, acho que vai ser muito divertido de assistir, e julgando pelo formato do mangá, que é composto por capítulos com histórias isoladas, o anime deve seguir o estilo de Gokushufuhou Tatsu Imortal, que é um anime hilário sobre um ex mafioso que vira dono de casa. Os episódios são um compilado de mini histórias do dia a dia e abrange vários temas, sem uma linearidade narrativa. No caso de Forças, Nakamura, eu acredito que cada capítulo do anime, adapte um ou dois capítulos do mangá, focando a história no Nakamura e seu dia a dia na escola, tentando se aproximar do Hirose e fugindo de clubes como o de teatro e ocultismo.

~~Agora quero indicações de outras obras yaoi/bl para dar continuidade nesse universo.~~

Recomendações de manhwa | #Parte 1

21 setembro

Sigo buscando nos manhwas momentos de diversão e a fatídica cura para a ressaca literária. Nas últimas semanas tenho me dedicado a um projeto pessoal envolvendo estudo (desde já me desejem sorte) e nessa correria, os manhwas tem sido uma opção ótima para descontrair. Não sabe o que é manhwa? Confere uma publicação que fiz sobre isso clicando aqui .

Olhos atentos devem ter visto que no mês de agosto rolou uma votação no blog sobre quais assuntos seria legal ter com mais frequência por aqui, e para a minha surpresa os manhwas ficaram na frente! E como adoramos uma democracia, vou levar em consideração os votos, e gostaria de dizer que vocês podem mandar recomendações e pedidos, tanto nos comentários das publicações, quanto através do formulário de contato no blog, presente no menu do site ou aqui . O formato de publicação vai ser em lista, igual ao Cine 330. Como a maioria das histórias que leio estão em lançamento, é difícil fazer uma resenha da história, por isso acredito que uma publicação com três ou mais indicações seja interessante. E se for o caso, a história quando finalizada, poderá ganhar uma publicação só sobre ela.

Acredito que também é necessário falar sobre onde consumir essas histórias. Apesar de ser fã de One Piece, pirataria é crime! De forma alguma será compartilhado meios não oficiais para ler essas histórias. Eu sei que é caro consumir histórias estrangeiras, sei que inclusive a tradução também é uma barreira para consumir essas histórias, já que as opções são o idioma original e o inglês. Mas não posso e não incentivo o compartilhamento de links para sites não oficiais. É possível encontrar essas histórias em português de forma gratuita? Sim. Mas aí é por sua conta. Sem mais delongas, vamos para as recomendações de hoje.

I thought my time was up

Lariette Blanche é a filha do conde de Blanche, e descobre que tem uma condição médica terminal. Sabendo dos poucos meses de vida, Lariette decide passar esse tempo aproveitando da melhor forma possível. É assim que ela faz uma lista de coisas para fazer antes de morrer. A relação péssima com a família é uma questão que vai ser pontuada em vários momentos da história, principalmente porque Lariette e o seu irmão tem poderes mágicos, e o mais forte deveria herdar a casa, o que não acontece, já que o irmão de Lariette é mais fraco que ela, mas tem toda a vantagem de ser um homem e filho favorito.

Essa habilidade mágica da protagonista ajuda ela a conquistar um dos itens da lista: ter um namorado gatinho. Sim, esse é um dos desejos finais da Lariette e ninguém vai julgar a gata por querer aproveitar a vida. Não vai julgar até a página dois, que no caso é quando a gente descobre que ela quer ter um flerte com o duque de Kandel, que sofre com uma maldição que faz ele ter cheiro de podre. E a carniça não será suficiente para afastar ela do seu objetivo. Essa parte da história é hilária! Eu morro de rir com as interações e para mim essa história tem dois apelidos: história do fedidinho ou história da atacante, pois a Lariette não perde uma oportunidade de tirar uma casquinha do duque fedido.

A história tem um teor +18 super leve, nada explicito. E a medida que a Lariette vai se envolvendo com o duque, mais a história vai progredindo para as questões familiares e os poderes da Lariette. A primeira temporada está finalizada e seguimos esperando pelo retorno. Inclusive lembrar do final da primeira temporada é TRISTE.

I'm the Queen in this life

Nessa história temos a Ariadne, filha bastarda de um clérigo que acaba se tornando noiva do Cesare, também um filho bastardo, mas do rei do império. Esse amor devoto leva Ariadne a trair seu país, ajudando Cesare a usurpar o trono. O sonho de viver ao lado de Cesare como sua rainha é interferido após uma traição envolvendo Isabella, irmã de Ariadne, e o Cesare. Em meio a esse problema, Ariadne acaba morrendo, mas por algum motivo ela consegue voltar no tempo, para o dia em que seu pai a reconheceu como filha biológica. Com uma nova possibilidade de recomeçar, a protagonista não mede esforços para fazer tudo diferente, sabendo quem são seus amigos e inimigos, além de eventos que estão por acontecer, Ariadne faz de tudo para não ser um peão usado no jogo alheio, mas monta o próprio jogo em busca de vingança.

Eu tenho gostado do rumo dessa história, e já consegui pensar em alguns plots que seriam interessantes ver acontecer. Confesso que foi mais interessante maratonar a história que já tem mais de 100 capítulos publicados, mas acompanhar semanalmente fez perder um pouco a graça da trama. Sem falar que após ler algumas histórias que, seguem esse enredo de voltar no tempo para se vingar, vai ficando mais repetitivo e as chances de ser surpreendida decai um pouco. Eu recomendo essa história para quem tá começando nessa jornada, com pouca experiência.

The beloved fake saint

Ariel é levada para o convento onde passará a assumir o papel de Santa. De anos e anos alguém com um poder sagrado enorme surge e ocupa esse espaço. Acontece que Ariel não é a verdadeira santa, para evitar conflitos políticos, ela é obrigada a assumir a posição de falsa santa, sabendo que quando a real chegar para assumir o posto, será assassinada pelo príncipe herdeiro. Como ela sabe dessas informações? A querida leu essa história quando estava na sua vida normal na coreia, e ela foi parar nessa maluquice sabendo exatamente o que iria acontecer. Para evitar outra morte trágica, Ariel fará de tudo para finalmente viver uma vida tranquila. Se ela conseguir sobreviver né...

Essa história é muito engraçada, e a dinâmica de lutar pela fuga e sobrevivência vira algo mais complexo quando a protagonista começa a perceber que nem tudo é como ela leu. E quanto mais ela tenta fugir e muda o curso da história, mais os deuses desse mundo se interessam por ela e acabam interferindo. A história ainda não está finalizada, recentemente a segunda temporada foi finalizada e estão em hiato se preparando para a terceira temporada. É importante ressaltar que nessa história, a Ariel tem inimigos que passam a se tornar possíveis interesses românticos, trazendo mais comédia para a história.

Manhwa geralmente apresentam uma série de temas sensíveis, e por incrível que pareça, não consigo lembrar de nada relacionado a essas três obras indicadas. Com certeza tem o de praxe: violência e assassinato, mas nenhum outro tópico que não seja tão comum em outras obras. Os manhwas indicados são histórias que conquistam o leitor nos primeiros capítulos, e vão se mostrando obras mais elaboradas a medida em que todos os personagens são apresentados e o contexto em que a história se passa fica mais delimitado. No mais é garantia de entretenimento certo.

Isekai é minha nova obsessão! O único destino dos vilões é a morte | Resenha

15 julho

Vamos começar do começo. O título da postagem menciona o termo isekai, que é uma palavra japonesa que pode ser traduzida para "outro mundo". Isekai se tornou um gênero de produções onde a história envolve o personagem ser retirado de sua realidade para viver em outra, até mesmo voltar no tempo para consertar as coisas, reencarnar no corpo de outra pessoa em outra realidade. De início pode parecer estranho, mas eu achei muito legal esse universo de histórias com narrativas não convencionais. Pessoalmente esse é um dos meus gêneros favoritos entre os animes e manhwas. Não sabe o que é manhwa? Eu fiz uma publicação falando sobre eles e você pode conferir clicando aqui.

O único destino dos vilões é a morte, é um manhwa que está sendo publicado aqui no Brasil pela editora New Pop, e essa obra está dentro do gênero isekai. Imagina que você, assim como uma galera da sua faculdade, está obcecado com um jogo, onde a mocinha precisa conquistar a favorabilidade de um dos cinco mocinhos da história. Mas para desbloquear o final do jogo, você descobre que precisaria desembolsar uma grana. A opção gratuita seria iniciar uma nova partida do jogo, mas no modo difícil. Deixando de ser a mocinha, para experimentar as vivências da vilã. É assim que começa a jornada da nossa protagonista, ao iniciar o modo difícil, ela é transportada para dentro do jogo e passa a viver no corpo da vilã Penelope Eckhart, que está destinada a morrer em todas as rotas possíveis, logo, a meta é conseguir sobreviver até a festa de aniversário da Penelope, o evento onde a mocinha do jogo aparece.

E se você por acaso lembrou do jogo Amor Doce, vamos tecer uma amizade linda baseada na nostalgia e sim, a lógica de conquista das histórias são parecidas, incluindo o "lovometro".

Enquanto ela vai descobrindo como sobreviver ao jogo, nossa personagem precisa ganhar a favorabilidade de um dos cinco personagens, e convivendo com essa realidade, ela descobre que nem tudo é como foi mostrado no modo fácil do jogo. Com o ponto de vista dos fatos revistos, a gente passa a perceber que a Penelope nem era tão vilã assim e muitas coisas podem mudar. A construção da história é incrível, e com o desenrolar da trama os personagens vão ganhando mais profundidade e as relações entre eles vão consequentemente ficando cada vez mais complicadas.

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Eu fiquei muito feliz em ver essa história sendo publicada aqui no Brasil! Mesmo não tendo um valor tão acessível, é legal poder consumir esse tipo de obra de forma oficial e ainda colecionar uma edição muito bonita e de qualidade. Atualmente o status de andamento da obra pode ser dividido em dois, já que, como quase todo manhwa, a história é uma adaptação de uma novel (livro coreano), e a novel está finalizada no idioma original em cinco volumes, e também publicada pela NewPop no Brasil. O quinto e último volume foi lançado esse ano.

Adquira os volumes da novel já finalizada através desses links

Volume 1 | Volume 2 | Volume 3 | Volume 4 | Volume 5

O manhwa continua em lançamento semanalmente na Coreia do Sul, e consequentemente a publicação do manhwa no Brasil está super atrasada e sem periodicidade (triste, pois sou curiosa e ansiosa </3). Dito isso, hoje em dia eu optaria por colecionar a novel para acabar com a curiosidade e entender como essa história vai acabar. Mas se você quer colecionar o quadrinho, saiba que será uma coleção demorada e com mais de 10 volumes. Eu fiz essa estimativa considerando a quantidade de capítulos nos volumes 1 e 2, comparando com a quantidade atual de capítulos publicados na Coreia do Sul. É uma estimativa interessante para pensar financeiramente no investimento da coleção. Num geral, eu recomendo demais essa leitura para quem está em busca de algo diferente para ler e passar o tempo.

O que é manhwa? | Cinco indicações para conhecer

31 maio

Tudo começou com um dia qualquer no Instagram, assistindo stories alheios enquanto procrastinava a escrita da minha monografia, até que um anúncio surge. Uma história de romance, em quadrinho e colorida... Ok. Segui pulando stories até me deparar novamente com o mesmo anúncio. Até que lá pela sexta ou sétima vez, vendo aquele mesmo anúncio, resolvi aceitar que era uma mensagem do universo, e fui ler a tal história. Foi assim que conheci Under the Oak Tree, um manhwa que virou minha obsessão por semanas a fio e me levou a esse universo.

Manhwa nada mais é do que uma história em quadrinho sul-coreana. O nome lembra mangá, que são quadrinhos japoneses, e diga-se de passagem, são bem populares no Brasil. Manhwa e novels coreanas estão ganhando espaço no mercado nacional, sendo algumas obras publicadas em formato físico por editoras como a Newpop, e isso me deixa muito empolgada. Além de serem histórias novas para conhecer, os manhwa trazem como diferencial as páginas coloridas e tramas com enredos e plots que eu ainda não havia visto. Ler obras de outros países é sempre uma diversão para mim, justamente por possibilitar essa troca cultural lendo sobre outras realidades e contextos, mas também compreender que cada lugar terá uma forma de expressar essas realidades e construir enredos.

Como ainda me sinto uma novata no universo, tenho certo receio de fazer algumas generalizações a respeito, mas me sinto muito segura para mencionar que grande parte das histórias que li, trabalham a profundidade dos personagens e o drama da história em situações que definitivamente são gatilhos para alguns leitores. Nessa publicação irei recomendar algumas leituras que tenho feito no incrível mundo dos manhwas, e já aviso que deixarei como sempre um aviso de gatilhos, assim você decide sua leitura com segurança.

1. Under the oak tree

Vamos começar com essa história que me deixou numa situação de conflito horrível e total dependência emocional. Nessa obra vamos conhecer a Maximillian, uma querida com dicção de centavos, que acaba se casando com um cavalheiro em um acordo. Nesse acordo acontece a isenção da participação de seu pai, que enfrentaria um dragão que está acordando de uma bela soneca. Seu recém-marido apenas cumpre com a noite de núpcias e vai para a luta, voltando três anos depois para reivindicar a esposa. O que será da nossa protagonista com esse marido que ela nem conhece? Será pior ir com ele ou ficar sob os maus tratos do pai? Obvio que vira um romance, mas bem complexo já que comunicação não é o forte do casal. Num geral eu recomendo muito a leitura, principalmente da novel que já está finalizada. A história se passa nesse universo medieval fantástico e me pegou muito, boa parte dos manhwas que eu leio seguem esse plano de fundo para as tramas. Tem monstros, cavaleiros e magia? Quero sim, pode me servir.

Gatilhos: violência, estupro, nudez, aborto e suicídio | Classificação +18
Status: Manhwa em hiato para a terceira temporada, porém a novel está finalizada em duas temporadas, a primeira temporada é composta por cinco livros, a segunda temporada está sendo lançada aos poucos e você pode encontrar de forma oficial no formato e-book em inglês na Amazon!

2. Marriage of convenience

Bianca de Blanchefort vê sua vida se transformar em um caos, quando seu marido Zachary de Arno morre na guerra. Sem um herdeiro para suceder o marido, Bianca é expulsa do condato pelo cunhado que herda as terras. A jovem mimada é obrigada a terminar sua vida em situação de rua, e antes de morrer se arrepende do destino que teve, desejando fazer tudo diferente. Bianca acaba acordando, mas não na sua vida de miséria, e sim como a Bianca jovem, de dezoito anos, tendo a chance de fazer tudo diferente e evitar aquele futuro horrível. O casal dessa história é muito fofo, e zero tóxico, mesmo com uma diferença de idade que é suavizada no manhwa. Ao mesmo tempo em que a Bianca está tentando garantir um futuro seguro, vai percebendo que sua primeira vida poderia ter sido muito diferente.

Gatilhos: Diferença de idade, casamento infantil, violência, assédio e nudez | Classificação +18

Status: Novel finalizada, o manhwa está caminhando para o final da história.

3. The Beloved Fake Saint

A história é sobre uma alma do mundo contemporâneo que vai parar dentro da novel que estava lendo! Tendo uma segunda chance de viver, aproveita para ter uma vida tranquila. Nesse novo universo, essa alma assume o corpo da Ariel, uma falsa santa colocada nessa posição de vulnerabilidade por motivos políticos e religiosos. O que não seria um grande problema se a nossa protagonista não soubesse que em alguns anos a verdadeira santa surgiria para assumir a posição, levando a Ariel para o seu destino original na novel: a morte. Sabendo do futuro da Ariel, a protagonista começa a criar formas de fugir da morte, o que ela não esperava era que os Deuses daquele mundo estariam tão interessados nos seus planos de mudar a história. Eu achei tudo muito engraçado, toda semana eu morro de rir com o rumo que a história vai levando. Observei que também é uma história que não aborda grandes gatilhos, deixando a leitura super suave e cômica.

Gatilho: Violência | Classificação 16 anos

Status: Novel e manhwa em andamento.

4. Positively Yours

Como superar uma decepção amorosa? Hee-won nossa protagonista está apaixonada por seu amigo e não quer destruir a super amizade que existe entre o trio desde os tempos da escola. Acontece que o casal de amigos da Hee-won conta para ela que estão apaixonados e iniciando um relacionamento. Como superar isso? Nossa protagonista resolve curar o coração partido com um caso de uma noite que resulta em... gravidez... de um cara que ela nem sabe o nome! A história vai girar em torno da protagonista e a relação que ela vai desenvolver com o pai da criança. É uma história engraçada, com pouco drama e personagens secundários interessantes. Outro diferencial é que essa leitura se passa num período contemporâneo, diferente das outras indicações dessa postagem que são num período medieval fantástico.

Gatilho: gravidez não planejada | Classificação +16
Status: Manhwa finalizado com 72 capítulos e 10 capítulos de história extra

5. Marry My Husband

Ji-won está no hospital, internada em estado terminal. Cansada de ficar sozinha resolve voltar para casa e se despedir do seu marido. Ao chegar lá descobre que ele estava tendo um caso com sua melhor amiga, e no meio de uma discussão, Ji-won acaba morrendo. Todo o remorso e a solidão vira uma segunda oportunidade para Ji-won que ganha de presente a possibilidade de voltar 10 anos e fazer tudo diferente, incluindo a vingança do seu marido infiel e sua melhor amiga falsa. O começo da história seja muita vingança e traição, o que me fez sentir muita raiva de vários personagens e a vontade imensa de colocar Ji-won num potinho. A medida que a história se desenvolve, a personagem principal percebe que na sua primeira vida deixou muitas pessoas incríveis passar despercebido, incluindo o amor da vida dela (obviamente não estou falando do marido lixo dela). Essa história é de longe uma das melhores que já li, os personagens coadjuvantes são super carismáticos e contribuem para a trama central, e a história se desenvolve de forma contínua e cheia de emoções, não atoa me fez chorar em vários capítulos.

Gatilho: violência, suicídio e luto | Classificação +16

Status: Manhwa finalizado com 58 capítulos e 10 capítulos de história extra. A história será adaptada num dorama! Tô muito empolgada e será minha primeira experiência assistindo dorama.

Uma das diversões que encontro nessas leituras é conseguir aprender mais sobre outros lugares, outras formas de pensar narrativas e a simples realização de que o mundo é muito vasto e eu jamais serei capaz de conhecer tudo que está por aí. Ainda não tinha me deixado levar pela onda gigante da Coreia do Sul, nada de doramas, nada de K-pop, apenas alguns filmes haviam participado do meu repertório. E os manhwa vieram como uma boa surpresa despertar minha curiosidade, me deixando mais propensa a embarcar nesse território desconhecido. Já leu algum manhwa? Tem indicações? Deixa um comentário que eu sinceramente vou amar conhecer novas obras.

Nimona | Resenha

06 abril

Nimona é uma Hq que bombou na internet e deixou muita gente curiosa para conhecer a obra. Eu sempre vi a hq sendo recomendada pela personagem principal, a Nimona, que não segue os padrões de feminilidade e bondade que são esperado das mulheres. Vendo as resenhas sempre recomendando a leitura e associando esse ponto a uma personagem dentro da ideia de um feminismo girl power, não imaginei que fosse me deparar com questões um tanto mais complexas, e que definitivamente são mais centrais para a história do que essas características da Nimona.

Nimona de fato é uma personagem interessante que apesar de sua pouca idade, tem um passado que moldou a jovem, levando ela até Ballister Coração Negro, um vilão um vilão já conhecido no reino e com uma relação conturbada com Sir. Ouropelvis e a Instituição de Heroísmo e Manutenção da Ordem. Nimona vê Ballister como um mestre, ser sua assistente de vilania poderia ajudaria na tomada de poder do reino e destruir a Instituição, mas Ballister tem outras intenções e motivações.

No processo dos personagens se conhecerem, o leitor é levado a participar do questionamento sobre a índole do governo, e quem são os verdadeiros vilões da história. Eu tive uma experiencia muito boa lendo essa hq, além de ter me ajudado a sair de uma ressaca literária, foi uma surpresa muito grande pois sempre vi as pessoas comentando o quanto a história era interessante por colocar uma personagem feminina fora dos padrões de feminilidade e amabilidade, logo associei a uma história que teria um viés meio feminista, e estava errada. Nimona é uma metamorfa e se transforma em vários monstros, mas para além disso, mostra conflitos muito mais interessantes e que até me fizeram lembrar da situação do nosso país. Conspirações, ciência, manipulação de informações, tudo isso num mundo medieval com cavaleiros que são super heróis e vilões. O quadrinho é muito bonito, a qualidade das folhas (a leitora de mangá chora com esse detalhe) junto com as cores alternando entre quente e frio me deixaram fixada na história e foi uma leitura muito rápida. Recomendo Nimona para quem curte hq’s, quem queira presentear um pré adolescente, ou sair da ressaca literária como eu.

Coleção - Another | vale a pena?

06 janeiro