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O casal que mora ao lado | Resenha
10 julhoAnne e Marco formam o típico casal de jovens felizes dos filmes clichês, moram em uma linda casa localizada em um bairro tranquilo, a bebê Cora é o centro das atenções e faz tudo parecer ainda mais perfeito. Os vizinhos convidam o casal para um jantar e a regra é clara, nada de crianças! Depois de muita relutância, Anne concorda com Marco e vão ao jantar sem Cora, a babá desmarcou em cima da hora mas, eles vão estar na casa ao lado e a babá eletrônica estará ligada turante todo o jantar, o que poderia dar errado? Ao voltarem para casa, a bebê não estava mais no berço e a vida perfeita do casal ficará de ponta cabeça.
Obvio que essa ideia de vida perfeita é uma bela ilusão, os personagens principais vivem vários problemas e com o passar da investigação esses problemas vão sendo expostos. A trama do livro gira completamente em torno do rapto da Cora e algumas vezes achei que a leitura daria um bom episódio do Casos de Família, a trama é envolvente e me cativou do inicio ao fim como não havia acontecido comigo a muito tempo (claro linda, ultimamente a senhora só lia coisas da faculdade...), mas ainda assim o livro não traz algo inovador ou extremamente surpreendente, aqui gostaria de deixar uma reflexão sobre: ainda conseguimos ser surpreendidos vivendo em uma realidade repleta por todo tipo de barbárie?
Reflexões a parte, um ponto que eu gostei muito nesse livro foi a forma com que a autora conseguiu colocar os diferentes narradores e seus pontos de vista, sem deixar a linearidade da história confusa ou bagunçada. A imparcialidade de cada um faz com que o leitor veja todos os pontos de vista e comece a investigar por si só a história. Alguns personagens que deveriam se destacar durante o desenrolar da história ficaram perdidos e cheguei a ficar um pouco incomodada. A Anne e o investigador do caso foram dois personagens que tinham potencial para segurar a trama com mais força e acabaram sendo pouco explorados. A principio o investigador se mostra extremamente cético sobre a inocência dos pais, isso é bem interessante porque me fez pensar sobre o passado do investigador e os outros casos que fez parte, mas o papel tão ativo e interessante fica esquecido e desnecessário, a Anne poderia ter assumido um papel mais presente durante a busca da menina mas ficou presa numa paranoia que surgiu com a acusação de que a menina poderia ter sido assassinada pelos próprios pais.
Para um primeiro livro a Shari Lapena conseguiu algo muito interessante, montou uma trama com reviravoltas bem amarradas e nada surreal que fugisse da realidade. Consegui ficar presa ao livro e isso já significa muito para mim, já que ultimamente nada tem me deixado tão instigada a entender o livro. Mesmo com os defeitos que apontei, foi uma leitura boa, digno de uma adaptação cinematográfica estilo O bebê de Rosemary. Não posso deixar de comentar essa edição maravilhosa da Editora Record. Lançado em 2017, o livro tem 293 páginas. A capa é misteriosa e consegue magicamente resumir a sinopse do livro. As folhas são amareladas e a fonte usada tem um tamanho bom, ponto para os míopes! Você pode encontrar esse livro na Amazon clicando no link abaixo.
4 comments
Olá, Vaneza.
ResponderExcluirEu gostei desse livro mas pelas resenhas que tinha lido estava esperando mais dele. É engraçado você citar o casos de família e levantar a questões sobre ser surpreendido porque lá no começo do citado programa eu me surpreendia com as coisas, depois segurava aquele suspense e no final era algo que não surpreendia mais. Até onde vai o ser humano.
Prefácio
Confesso que também esperava mais, e quanto mais lia mais queria ver personagens secundários tendo mais espaço na trama. Não foi uma leitura ruim, mas poderia ser melhor em algumas coisas.
ExcluirOlá Vaneza,
ResponderExcluirAdorei sua resenha e fiquei louca para ler. Agora vou dizer, que loucos deixarem uma bebê só com a babá eletrônica.
Beijo!
www.amorpelaspaginas.com
Né?!? Eu também fiquei abismada com isso! Só na literatura mesmo (eu espero)
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