Delírios em outubro

Tenho amado acompanhar alguns blogs e fico na expectativa para ter novidades.  Nanaview , Cidade fantasma , Cozy November  e Litorais  traz...



Tenho amado acompanhar alguns blogs e fico na expectativa para ter novidades. Nanaview, Cidade fantasma, Cozy November e Litorais trazem sempre coisas legais e algumas publicações são pensamentos que duraram dias na cabeça, ou o cotidiano de forma leve e às vezes engraçada, como um diário. E estou vivendo coisas diferentes, acho que vai ser legal registrar aqui e compartilhar com quem quiser ler.

Esse mês eu voltei finalmente a trabalhar! Os refrescos vieram, finalmente um trabalho na minha área e morando não só numa cidade grande como eu queria, mas na cidade que eu já moro. Depois que a euforia da novidade passou, veio a constatação. Eu vou trabalhar numa cidade grande que não sei me locomover tão bem. Apesar de ter nascido aqui, passei mais tempo morando em outros lugares. E tem sido divertido. Percebi que a independência de andar só e perder o medo de me perder são coisas que já consegui lidar. E agora posso me reconectar com um lugar ao qual eu pertenço, mas não me sinto pertencente.


Outra questão que tem ocupado bons minutos de transporte público é pensar no meu pai. Ele faleceu em 2017 no dia que eu precisava viajar para fazer minha matrícula na faculdade. Não consegui me despedir dele e isso vai ser sempre um vazio estranho no processo do luto. Mas eu fui lá, me matriculei em uma universidade federal, no curso que eu sempre quis e ele me viu várias vezes estudando para isso. Me formei e hoje eu estou trabalhando numa região que ele havia trabalhado na fase adulta. Sempre que passo por aquelas ruas do comércio de Salvador, penso quantas vezes ele andou por aquelas ruas, em quais restaurantes ele comeu, em quantas histórias ele viveu nesses lugares. Quase me sinto próxima dele novamente, e é inevitável pensar se ele estaria feliz e orgulhoso da minha trajetória.

E por falar em trajetória, percebi que está acontecendo um padrão estranho na minha vida, nos últimos anos, o segundo semestre do ano sempre vem com mudanças positivas para mim. Em 2024 não foi diferente. Estou tomada pela felicidade de ver coisas que sonhei há dois anos, estão tomando forma, se fazendo presente no meu dia, e aos poucos estou me acostumando com essa maré de sorte e bons ventos. Não foi só sonhar, obviamente muita dedicação foi envolvida no processo, mas ver o despertar dos frutos é interessante. Uma das conversas que tive essa semana com uma amiga foi justamente sobre como às vezes estamos tão acostumados com os destemperos e desaplausos da vida, que quando algo bom acontece, não celebramos por estarmos tomadas pela ansiedade a espera de algo ruim que colocasse tudo num rumo mais familiar de desordem. Nos últimos dias tenho apenas observado o rumo que as coisas estão tomando, não quero me colocar nesse lugar de quem espera por algo que acabará com tudo. Tenho focado nos próximos passos e em aproveitar a vista da jornada.


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