Quem aí lembra qual foi o primeiro livro que leu? Você teve um livro que foi seu melhor amigo na infância e você lia ele todos os dias? Quando eu ainda não sabia ler, uma das melhores coisas da minha infância era ouvir minha mãe ler livros infantis para mim e para minha irmã antes de dormir. Eu lembro que achava aquilo fascinante!
     Quando acordava no outro dia, uma das coisas que eu tentava fazer era ler os meus livros sem sucesso infelizmente, quando eu tinha meus cinco ou seis anos lembro de fazer um acordo com minha mãe, quando eu aprendesse a ler, ela compraria para mim um novo gibi do Tio Patinhas, na semana que fizemos esse acordo eu me dediquei muito na escola e adivinha, ganhei gibi novo! Saudades Tio Patinhas <3
     Eu passava horas perdida entre A pequena sereia, O patinho feio, Tio Patinhas, um livro sobre uma coruja e outro muito legal sobre uma bruxa, não importava quantas vezes eu lia aqueles livros todos os dias, eu amava cada vez que pegava um daqueles livros e simplesmente entendia tudo que estava escrito! Sempre achei engraçado a reação das pessoas quando descobriam que eu gostava de ler, consequentemente ficava muito mais feliz ganhando um livro do que um brinquedo.
     Cresci no meio dos livros, e acho que isso foi muito importante e fez uma grande diferença. Eu sempre ia muito bem na escola, minha leitura ia ficando cada vez melhor, minha escrita também! E alguns meses atras eu estava pensando sobre a minha infância e a infância das crianças de hoje em dia que são tão diferentes!
     Digo.. claro que é diferente, não tem mais Teletubbies, o desenho do Scooby doo ou o da Família Addams e o nosso amado Windows 98. Pensando nas diferenças, cheguei a uma conclusão, as crianças são como telas em branco. As primeiras pessoas a rabiscar coisas na tela é o responsável pela criança, com o passar dos anos, a criança vai querer começar a fazer seus próprios rabiscos e terá como exemplo o que foi deixado pelos responsáveis. Minha mãe pintou em mim o amor pelos livros, quando cresci, aquilo já fazia parte de mim e dei continuidade.
     Até hoje os livros infantis fazem parte da minha estante e não abro mão de conhecer livros novos. Quando fiz quinze anos, ganhei o melhor livro do mundo! Uma amiga da família me levou em uma livraria e me disse que poderia escolher qualquer livro de presente, não fazia ideia de qual escolher e então ela me perguntou "se importa se eu te der um livro infantil?" eu respondi que não e eis que surge Pollyanna na minha vida.
     Todas as pessoas do mundo deveriam ler Pollyanna, e foi com essa ideia que emprestei meu livro para a minha prima, que emprestou para minha tia que emprestou para a outra tia e toda vez que vou visita-las escutamos coisas como "Temos que dar uma de Pollyanna" e nessa brincadeira meu livro está em turnê a uns seis meses!
     Os livros foram muito importantes para mim, não só pelas coisas que aprendi, mas também por ser um bom refugio quando eu mais precisava.